Lição
Chegou em casa mais uma vez irritada. Ela definitivamente não conseguia entender o que é o amor. Não sabia nem se ele existia. Todo dia era assim. Via suas amigas apaixonadas, dizendo que mais tarde iriam sair com seus namorados, que estavam amando! Ela sempre fria, dava um sorriso concordando com o que as meninas diziam, que para ela não passavam de fúteis e iludidas.
O que Ana não sabia era que, em breve, encontraria um significado para o amor. Um significado que ia além das descrições de dicionários ou livros românticos. O amor realmente existe, bastava um empurrão do destino para que ela se encontrasse com ele. Não que ela se apaixonará no decorrer desta história, mas finalmente deixará seu coração apto a um dia amar alguém.
Decidiu fazer o contrário. Resolveu que iria mandar a carta para Anita em seu local de trabalho que também constava na internet.
No dia seguinte, depois de sair da escola foi encontrá-la. Era uma clínica cardiológica. Entrando no local pôde reconhecer Anita. Ela estava atendendo um telefonema. Ana foi em sua direção. Logo que desocupou a linha, a secretária perguntou educadamente:
-Posso lhe ajudar? - perguntou.
-Anita? - perguntou Ana timidamente.
-Sim - respondeu com um sorriso de estranhamento porém educado.
-Tenho algo para você... - disse Ana timidamente tirando o papel da mochila e entregou a ela.
O que Ana não sabia era que, em breve, encontraria um significado para o amor. Um significado que ia além das descrições de dicionários ou livros românticos. O amor realmente existe, bastava um empurrão do destino para que ela se encontrasse com ele. Não que ela se apaixonará no decorrer desta história, mas finalmente deixará seu coração apto a um dia amar alguém.
Em seu quarto, onde passava praticamente todas as tardes, resolveu pegar um livro que comprara em um sebo. Ele estava ali fazia tempo. Como gostava de ler e estava barato, acabou pegando vários livros sem saber que levava junto uma velha edição de "Os sofrimentos do jovem Werther". Em casa perceber, acabou deixando ele isolado, talvez um dia ela lesse.
Esse dia chegou. Sem nenhum livro para ler, Ana teve que recorrer ao romance de Goethe. Não apresentou resistência. Pensou que poderia até gostar da história.
Ao abrir o livro deitada em sua cama, um papel dobrado caiu em sua barriga. Como era um livro usado, não era novidade encontrar qualquer coisa dentro dele. Abriu o papel. Era uma carta, que dizia:
São Paulo, 21 de agosto de 1979.
Anita,
Não tenho mais palavras para expressar o que sinto. Você deixou vestígios em mim que nenhuma pessoa conseguiu deixar. Não consigo mais escrever. A cada dia no trabalho me encontro pensando em você. Em tudo que faço.
Tenho receio de incomodá-la com tantas declarações, mas mesmo que eu esteja perturbando, acredito que minhas cartas podem de alguma maneira me deixar presente em sua vida.
Espero que você entenda minha situação. Essa semana estarei na escadaria da Catedral, queria muito te ver. Espero você de qualquer maneira. Se não aparecer eu entendo. Ninguém é obrigado a amar ninguém...
Beijos, Afonso.
Esse dia chegou. Sem nenhum livro para ler, Ana teve que recorrer ao romance de Goethe. Não apresentou resistência. Pensou que poderia até gostar da história.
Ao abrir o livro deitada em sua cama, um papel dobrado caiu em sua barriga. Como era um livro usado, não era novidade encontrar qualquer coisa dentro dele. Abriu o papel. Era uma carta, que dizia:
São Paulo, 21 de agosto de 1979.
Anita,
Não tenho mais palavras para expressar o que sinto. Você deixou vestígios em mim que nenhuma pessoa conseguiu deixar. Não consigo mais escrever. A cada dia no trabalho me encontro pensando em você. Em tudo que faço.
Tenho receio de incomodá-la com tantas declarações, mas mesmo que eu esteja perturbando, acredito que minhas cartas podem de alguma maneira me deixar presente em sua vida.
Espero que você entenda minha situação. Essa semana estarei na escadaria da Catedral, queria muito te ver. Espero você de qualquer maneira. Se não aparecer eu entendo. Ninguém é obrigado a amar ninguém...
Beijos, Afonso.
Ao terminar de ler, Ana colocou a carta sobre seu coração. Ficou pensando onde estaria esta mulher e em que resultou essa história. Levantou-se da cama e abriu o livro logo na primeira página. Ali estava o nome completo. Logo, foi procurá-la nas redes sociais. Não foi difícil. Ana encontrou Anita. Agora tinha dúvidas se mandaria um e-mail ou não para a mulher, que se declarava na rede social como viúva.
Decidiu fazer o contrário. Resolveu que iria mandar a carta para Anita em seu local de trabalho que também constava na internet.
No dia seguinte, depois de sair da escola foi encontrá-la. Era uma clínica cardiológica. Entrando no local pôde reconhecer Anita. Ela estava atendendo um telefonema. Ana foi em sua direção. Logo que desocupou a linha, a secretária perguntou educadamente:
-Posso lhe ajudar? - perguntou.
-Anita? - perguntou Ana timidamente.
-Sim - respondeu com um sorriso de estranhamento porém educado.
-Tenho algo para você... - disse Ana timidamente tirando o papel da mochila e entregou a ela.
Abrindo o papel dobrado Ana ficou com medo de qual seria a reação da mulher. Porém, ao perceber as primeiras lágrimas nos olhos de Anita, ficou mais tranquila.
-Onde você encontrou isso?! - perguntou a secretária ainda emocionada.
-Em um livro que comprei em um sebo...
-Este homem foi meu marido durante 30 anos! Posso dizer que com ele vivi os melhores momentos de minha vida! Obrigado por me trazer isso de volta menina! A sensação de que meu amor por ele ainda não morreu! Mesmo sem ele eu ainda o amo!
Surpresa com tamanha emoção e amor mesmo após a morte de seu marido, Ana viu que um sentimento verdadeiro vivia nessa mulher. Tal sentimento só poderia ser o amor.Com toda sua timidez, não continuou conversando com Anita. Deu um "tchau" com um tímido sorriso. Andando pelas ruas ela começou a perceber um novo mundo. Talvez agora estava pronta para viver uma história de amor tão bonita quanto a de Anita, pois nesse dia descobrira que realmente ele existe.
-Onde você encontrou isso?! - perguntou a secretária ainda emocionada.
-Em um livro que comprei em um sebo...
-Este homem foi meu marido durante 30 anos! Posso dizer que com ele vivi os melhores momentos de minha vida! Obrigado por me trazer isso de volta menina! A sensação de que meu amor por ele ainda não morreu! Mesmo sem ele eu ainda o amo!
Surpresa com tamanha emoção e amor mesmo após a morte de seu marido, Ana viu que um sentimento verdadeiro vivia nessa mulher. Tal sentimento só poderia ser o amor.Com toda sua timidez, não continuou conversando com Anita. Deu um "tchau" com um tímido sorriso. Andando pelas ruas ela começou a perceber um novo mundo. Talvez agora estava pronta para viver uma história de amor tão bonita quanto a de Anita, pois nesse dia descobrira que realmente ele existe.
lindo!!!!
ResponderExcluirDepois de quase 5 anos, obrigado!! Saudades de você!! Beijos!!
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