Uma cidade chamada Realidade

Escutando um vinil da Maysa, herdado da minha querida avó Dorinha, pensava em escrever alguma coisa nesse blogue que resolvi criar sem intenção nenhuma. Os minutos de devaneio foram abruptamente destruídos por uma lembrança que eu já havia me esquecido. O bolo no forno.

É isso aí. Alguns meses atrás não imaginava que estaria me preocupando com coisas que, para mim, só adultos faziam. O bolo no forno, a roupa na máquina, a comida no fogão e móvel empoeirado. Ocupações que eram tão distantes de mim se tornaram rotineiras. É como se eu tivesse descido de uma longa, mas confortável viagem, e desembarcado em uma cidade chamada Realidade. Confesso que aqui não tem sido fácil, mas confesso também que está sendo muito bom.

Nessa cidade tem um senhor que se chama Tempo. Sempre de cara fechada, esse velho e pequenino senhor insiste em me atrapalhar durante tudo o que eu faço. Ele não sai do meu pé. Me liga toda hora dizendo que se eu não prestar atenção nele, vai me tirar tudo. Quanto mais eu tento fugir, mais esse senhor impertinente me incomoda. Ele está no meu celular, no meu braço e até na parede da cozinha me gritando. Um vizinho me disse que ele só tende a importunar mais e mais, então melhor eu me acostumar com sua presença.

Enquanto escrevo esse texto, o Tempo acabou de me dizer que não me atentei a ele  e o bolo deu uma queimadinha. Estão vendo? Ele não dá trégua. A sorte é que estou com uma visita especial hoje, a Paciência.

Dona Ideia está aqui também, mas já está de saída, e logo logo chega a Responsabilidade, que foi dar uma voltinha, por isso aproveitei para me dedicar a esse texto, depois conto mais sobre ela, inclusive, se você leu isso até o fim, é melhor ficar atento porque e o Tempo deve estar te chamando também.

Só pra acabar, uma musiquinha de presente pra quem leu.







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