AM-PA-MA: Amazonas

Aqui começa a primeira parte de uma jornada de 20 dias pelo norte do país. Neste primeiro texto eu vou contar um pouco sobre as experiências que vivi no Amazonas. Vem comigo!


DIA 1 - 03/11

Assim que saí do aeroporto, senti um vento quente e abafado me abraçando. Essa foi uma das recepções (literalmente) mais calorosas que eu havia recebido na vida.

Depois de adiantar meu relógio em uma hora, me senti pronto para desbravar terras amazonenses. Era hora de conhecer um Brasil muito distante de todos os outros "Brasis" eu já conhecia.

Durante minha estadia em Manaus, me hospedei no Aldeia Hostel, localizado na região central da cidade, uma rua abaixo do Largo de São Sebastião, onde está o Teatro Amazonas, o que me facilitou a turistar pela cidade logo no primeiro dia.

Comecei minha comilança no famoso restaurante Tambaqui de Banda, lugar onde voltei diversas vezes, principalmente para tomar a caipirinha com folhinhas de jambu e comer o famoso X-Caboquinho, um sanduíche feito com pão francês, recheado com banana, queijo coalho, tucumã e prensado na chapa. Se você for à Manaus, não deixe de experimentar essa iguaria.

Logo no primeiro dia, conheci o Palácio da Justiça, Teatro Amazonas e o Mercado Municipal. Mas o que me fez sentir realizado foi ter conseguido entrar no Porto e assistir ao pôr do sol no Rio Negro.


DIA 02 - 04/11

No segundo dia de viagem, despertei o espírito aventureiro que eu não sabia que habitava em mim e me surpreendi comigo mesmo.

Fechei com a Iguana Turismo uma viagem "bate e volta" até a cidade Presidente Figueiredo, localizada a 107 Km de Manaus.

Durante o passeio, fizemos uma trilha que nos levou até a Caverna Maroaga, e Gruta da Judeia, onde tomei o meu primeiro banho em águas da floresta amazônica.
Na volta, encontramos um sapinho folha. Foi a primeira vez que peguei um animal deste tipo com a mão.

Logo depois, almoçamos num pequeno restaurante próximo à Corredeira do Urubuí, que estava interditada para evitar aglomerações.

Em seguida, partimos para a Cachoeira do Santuário, onde vivi momentos de tirar o fôlego, como pular de um trampolim pela primeira vez e descobrir uma queda de 13 metros que me fez arrepiar e reverenciar a natureza e toda a sua grandiosidade.

O dia terminou com um X-Caboquinho de tapioca e muito sono.


DIA 03 - 05/11

De manhã, fui conhecer o Museu da Amazônia, o MUSA, também conhecido como Jardim Botânico.

O principal objetivo desse passeio foi subir a torre de aço, com 42 metros de altura, de onde se vê a fronteira entre cidade e floresta.

A chuva não podia faltar. Logo que desci ela veio com tudo.

O passeio por lá foi curto. Conheci o serpentário, vi as vitórias régias e depois me deparei com pirarucus num aquário, o que me contraria um pouco.

Voltando para a cidade, foi a vez de conhecer o Palácio Rio Negro e depois explorar um pouco mais o centro de Manaus.

Em seguida, voltei para o Largo de São Sebastião e almocei no restaurante Tacacaria Amazônia, onde comi o famoso Tacacá pela primeira vez, acompanhado de um guaraná Baré.

Depois de tanta comilança, me lembrei de um horário marcado no Palacete Provincial. Corri tanto para chegar até lá que, obviamente, passei mal de calor e perdi metade das explicações da guia.

Por fim, consegui apreciar diversas obras na Pinacoteca, o que me consolou bastante.

Saindo de lá, caminhei em direção ao sebo O Alienígena. Lá fui muito bem atendido e comprei diversos livros de escritores amazonenses, aqui vai a lista, lembrando que ainda não li nenhum, hein?

- Marcas de Mordidas na Pele, Márcio Santana
- Histórias do Rio Negro, Vera do Val
- Os Suicidas (contos), Antísthenes Pinto
- Os Agachados, Antísthenes Pinto
- A Caligrafia de Deus, Márcio Souza

Sinto que levei um pouquinho do Amazonas em cada um destes livros. Espero que as leituras me surpreendam assim como a viagem.

Saindo de lá e seguindo o caminho, conheci a Catedral e o Relógio, ambos na Avenida Eduardo Ribeiro.

Por fim, visitei a Feira Manaus Moderna, uma loucura de lugar, onde havia prostitutas, homens cheirando cocaína, fumando maconha, jogando baralho, bebendo e trabalhando ao mesmo tempo.

A noite, jantei um X-Caboquinho e tomei caipirinha com jambu no Tambaqui de Banda, mas com moderação, afinal, no dia seguinte seria o passeio pelo Rio Negro.


DIA 04 - 06/11

No passeio pelo Rio Negro, a primeira parada foi para conhecer os botos.

Logo depois, seguimos de barco e descemos para fazer uma trilha até a comunidade indígena Desana, que vive do turismo e sempre faz uma apresentação compacta de uma longa e tradicional festa.

Assim que termina o ritual, os índios nos convidam para dançar com eles e logo depois nos oferecem suas comidas típicas (piranha, jacaré, formiga, tucumã, tapioca e farinha de mandioca.

Saindo da tribo, seguimos de barco para a comunidade Janauari, onde almoçamos muito peixe.

Por fim, e não menos emocionante, finalmente conheci o encontro das águas do Rio Negro e do Rio Solimões. Uma vista emocionante, que nos comove e nos enche de orgulho de ser brasileiro.

No fim de tarde, na avenida Eduardo Ribeiro, conheci o hippie Miro, muito famoso na cidade. Além de andarilho e artesão, ele é poeta e entende muito sobre ayahuasca. Meu encontro com ele não foi por acaso. Graças a esse homem, finalmente encontrei um muiraquitã feito de cerâmica por indígenas, segundo ele da tribo Sateré Mawé. Espero que ele me dê muita sorte daqui para frente.

Para terminar a noite, fui jantar no restaurante Caxiri, em frente ao Teatro Amazonas, onde tomei uma caipirinha de cachaça de jambu (para variar) e comi um sanduíche surpreendentemente maravilhoso com hambúrguer de tambaqui e pão de açaí, acompanhado com um molho de tucumã e farinha de castanhas.


DIA 05 - 07/11

No último dia, não pude deixar de ir embora sem tomar um delicioso café da manhã no Tambaqui de Banda.

Adivinhe? X-Caboquinho com uma soda de tapeberá, também conhecido como cajá.


Conhecer Manaus e seus arredores foi surpreendente. Por diversos momentos eu me senti tão refém da natureza. Ali também começou a crescer um respeito muito grande por ela, o que fez toda a diferença nos próximos destinos que conheci.

Comentários