Mão esquerda na água da fonte
Eu estou o tempo todo preocupado. Tentando ajustar as coisas. Marcando e desmarcando compromissos. Anotando tudo em bloquinhos de papel e torcendo sempre para eles não se perderem no meio das minhas coisas. Sim, mesmo sendo organizado, eu faço bagunça.
Além de querer ter um controle imenso sobre minha vida, eu tenho uma certa mania de limpeza. Na mochila eu sempre levo um sabonete especial para mãos secas, uma toalha que fica dentro de uma bolsinha de plástico e uma bisnaguinha de álcool gel.
Um dia acordei mais cedo que o normal. Como estava adiantado, resolvi dar uma caminhada no parque. Fazia muito tempo que eu estava sem praticar atividades físicas. Decidi não levar minha mochila. Achei que ela me incomodaria. Talvez sim, mas preferi arriscar.
Enquanto caminhava, um morador de rua passou por mim e pegou em minha mão esquerda. Meu desespero aumentou. Fiquei enojado. Para piorar, estava sem meu kit higiênico. Não podia me limpar. Naquela hora, qualquer coisa para mim era mais limpa do que aquele mendigo.
Dei longas respiradas. Tentei continuar a caminhada. Parece que quanto mais eu inalava aquele ar, mais sujo eu ficava. Escutei um barulho. Era uma fonte no meio de uma pracinha. O som da água me fez lembrar minha infância na beira do rio. Deitei na borda e mergulhei minha mão. Logo depois me encontraram ali, bem quietinho e deitado. Estava com a mão esquerda na água da fonte.
Um dia acordei mais cedo que o normal. Como estava adiantado, resolvi dar uma caminhada no parque. Fazia muito tempo que eu estava sem praticar atividades físicas. Decidi não levar minha mochila. Achei que ela me incomodaria. Talvez sim, mas preferi arriscar.
Enquanto caminhava, um morador de rua passou por mim e pegou em minha mão esquerda. Meu desespero aumentou. Fiquei enojado. Para piorar, estava sem meu kit higiênico. Não podia me limpar. Naquela hora, qualquer coisa para mim era mais limpa do que aquele mendigo.
Dei longas respiradas. Tentei continuar a caminhada. Parece que quanto mais eu inalava aquele ar, mais sujo eu ficava. Escutei um barulho. Era uma fonte no meio de uma pracinha. O som da água me fez lembrar minha infância na beira do rio. Deitei na borda e mergulhei minha mão. Logo depois me encontraram ali, bem quietinho e deitado. Estava com a mão esquerda na água da fonte.
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